Salmo Responsorial: 96(97) - 06.08.2025

 

Responsorium – Dominus in gloria transfiguratus est

(Inspirado em Lucæ 9,28–36)

R. Dominus regnavit, exsultet terra: laetentur insulae multae.
O Senhor reina, exulte a terra; alegrem-se numerosas ilhas.
(Ps 96(97),1)

1. Nubes et caligo in circuitu eius: iustitia et iudicium correctio sedis eius.
Nuvem e escuridão o cercam; justiça e juízo são o fundamento do seu trono.
(Sl 96(97),2)

2. Ignis ante ipsum præcedet: et inflammabit in circuitu inimicos eius.
Um fogo vai adiante d’Ele, e consome ao redor os seus inimigos.
(Sl 96(97),3)

3. Illuxerunt fulgura eius orbi terræ: vidit et commota est terra.
Seus relâmpagos iluminaram o mundo; a terra viu e estremeceu.
(Sl 96(97),4)

4. Montes sicut cera fluxerunt a facie Domini: a facie Domini omnis terræ.
Os montes derreteram como cera diante do Senhor, diante do Senhor de toda a terra.
(Sl 96(97),5)

Reflexão:

A luz que emana do Cristo transfigurado é a mesma que sustenta a ordem secreta do universo. Seu esplendor não impõe temor servil, mas desperta reverência amorosa. O fogo que precede o Senhor é a força criadora que queima toda ilusão e liberta a essência. Diante da Sua presença, toda rigidez se dissolve — não em destruição, mas em renovação. A escuta do Filho amado conduz à clareza interior, onde a dignidade humana encontra sua fonte. Nessa luz, cada ser é chamado a tornar-se transparência viva da verdade. Escutar é responder com liberdade. Ver é começar a ser.

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Salmo Responsorial: 50(51) - 05.08.2025

 Responsorium – Ex Psalmo 50 (51)

Inspiração: Evangelium secundum Matthaeum 14,22-36

R. Miserere mei, Deus, secundum magnam misericordiam tuam.
Tem piedade de mim, ó Deus, segundo a tua grande misericórdia.
(Salmo 50,3)

1. Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me.
1. Lava-me ainda mais da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado.
(Salmo 50,4)

2. Cor mundum crea in me, Deus: et spiritum rectum innova in visceribus meis.
2. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito firme.
(Salmo 50,12)

3. Ne projicias me a facie tua: et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
3. Não me afastes da tua presença, e não retires de mim o teu espírito santo.
(Salmo 50,13)

4. Redde mihi laetitiam salutaris tui: et spiritu principali confirma me.
4. Devolve-me a alegria da tua salvação, e confirma-me com um espírito generoso.
(Salmo 50,14)

Reflexão:

O clamor do salmista revela a jornada da alma que reconhece sua fragilidade e busca restaurar-se na fonte da vida. Assim como Pedro, que afunda nas águas do medo, o ser humano só encontra firmeza ao voltar-se para a presença que o sustenta. A purificação não é mera negação do erro, mas abertura à transformação interior, ao recomeço que nasce do reconhecimento humilde da própria verdade. A liberdade floresce quando a consciência se alinha à luz que a transcende e a plenifica. A dignidade da pessoa se manifesta não na perfeição, mas na coragem de se entregar ao processo contínuo de reintegração com o Ser. A salvação não é fuga do mundo, mas a redescoberta do centro luminoso que habita até as trevas.

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Salmo Responsorial: 80(81) - 04.08.2025

 

Responsorium – De Evangelio secundum Matthaeum 14,13–21

Ex Psalmis: Psalmus 80 (81), Vulgata Clementina

R. Ego sum Dominus Deus tuus, qui eduxi te de terra Ægypti: dilata os tuum, et implebo illud.
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito: abre bem a tua boca, e eu a encherei.
(Salmo 80,11)

1. Exsultate Deo adjutori nostro: jubilate Deo Jacob.
Exultai em Deus, nossa força; aclamai o Deus de Jacó.
(Salmo 80,2)

2. Testimonium in Joseph posuit illud, cum exiret de terra Ægypti: linguam, quam non noverat, audivit.
Estabeleceu-o como testemunho em José, quando saiu da terra do Egito: ouviu uma língua que não conhecia.
(Salmo 80,6)

3. In tribulatione invocasti me, et liberavi te: exaudivi te in abscondito tempestatis.
Na tribulação me invocaste, e eu te libertei: respondi-te no segredo da tempestade.
(Salmo 80,8)

4. O si populus meus audisset me: si Israel in viis meis ambulasset:
Ah! Se meu povo me escutasse, se Israel andasse em meus caminhos!
(Salmo 80,14)

Reflexão:
Este responsório nos convida a reconhecer que a verdadeira liberdade não está em saciar desejos imediatos, mas em escutar a Voz que guia o espírito à plenitude. A fome do povo, respondida por Cristo com pão partilhado, é imagem da alma que se abre ao infinito. Deus não impõe, mas propõe; e quem responde, participa da abundância. A dignidade não se encontra na abundância material, mas no encontro consciente com o dom recebido. Quando a pessoa se reconhece como cooperadora do eterno, ela se torna ponte entre o divino e o mundo. E então, mesmo o pouco se multiplica — porque é oferecido com amor.

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Salmo Responsorial: 66(67) - 02.08.2025

 

Responsorium — Ex Psalmo 66 (67)

Inspiratum in Evangelium secundum Matthaeum 14,1-12

R. Deus misereatur nostri, et benedicat nobis.
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe.
(Salmo 66,2)

1. Ut cognoscamus in terra viam tuam, in omnibus gentibus salutare tuum.
Para que se conheça na terra o teu caminho, e entre todas as nações a tua salvação.
(Salmo 66,3)

2. Confiteantur tibi populi, Deus; confiteantur tibi populi omnes.
Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos.
(Salmo 66,4)

3. Laetentur et exsultent gentes, quia iudicas populos in aequitate, et gentes in terra dirigis.
Alegrem-se e exultem as nações, pois julgas os povos com justiça e diriges as nações da terra.
(Salmo 66,5)

4. Terra dedit fructum suum; benedicat nos Deus, Deus noster.
A terra deu o seu fruto; Deus, o nosso Deus, nos abençoe.
(Salmo 66,7)

Reflexão:

A morte de João Batista, aparentemente injusta, revela a tensão entre o poder desordenado e a liberdade da consciência fiel à verdade. O salmo evoca um mundo regido pela equidade e pelo louvor universal, onde Deus não domina por medo, mas conduz com justiça. Esta justiça, que nasce da interioridade desperta, conduz o ser humano à maturidade do espírito. Quando o julgamento é reto e a bênção flui da terra cultivada com retidão, a dignidade floresce. A liberdade de João, mesmo na prisão, é maior do que o trono de Herodes, pois brota da raiz invisível onde o espírito é um com a Verdade.

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Salmo Responsorial: 80(81) - 01.08.2025

 

Responsorium: Clamor Sapientiae Reiectae

(Inspirado no Evangelho segundo Mateus 13,54-58)
Ex Psalmis 80(81)

℟. Populus meus non audivit vocem meam: et Israel non intendit mihi.
— Meu povo não ouviu a minha voz, e Israel não me quis escutar.
(Sl 80,12)

1. Exsultate Deo, adiutori nostro: iubilate Deo Iacob.
— Exultai em Deus, nossa fortaleza; aclamai o Deus de Jacó.
(Sl 80,2)

2. Testimonium in Ioseph posuit illud, cum exiret de terra Aegypti: linguam quam non noverat audivit.
— Estabeleceu um testemunho em José, quando saiu da terra do Egito: ouviu uma língua que não conhecia.
(Sl 80,6)

3. Avertit ab onere dorsum eius: manus eius in cophino servierunt.
— Aliviei seus ombros do peso: suas mãos deixaram os cestos de servidão.
(Sl 80,7)

4. Clamasti in tribulatione, et liberavi te: exaudivi te in abscondito tempestatis.
— Clamaste na angústia, e eu te livrei: respondi-te no esconderijo da tempestade.
(Sl 80,8)

Reflexão:

O salmo ressoa como o clamor de um Amor rejeitado — o mesmo que, em Nazaré, foi recusado por aqueles que só viam o conhecido e não reconheceram o eterno. Deus não se impõe, propõe: convida à liberdade interior, à escuta ativa, à expansão da consciência. A rejeição da Palavra é a recusa de si mesmo, pois a verdade fala no íntimo. Aquele que acolhe a Voz torna-se templo do sentido, construtor de si, partícipe da realidade plena. A liberdade não é fuga da lei, mas resposta ao chamado mais alto do ser: a realização de sua origem divina.

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Salmo Responsorial: 83(84) - 31.07.2025

 

Responsorium – De Psalmo 83 (84)

Inspiratum ex Evangelio secundum Matthaeum 13,47-53

R. Beati qui habitant in domo tua, Domine: in saecula saeculorum laudabunt te.
Felizes os que habitam em tua casa, Senhor: por todos os séculos te louvarão.
(Salmo 83,5)

1. Quam dilecta tabernacula tua, Domine virtutum!
Quão amáveis são as tuas moradas, Senhor dos Exércitos!
(Salmo 83,2)

2. Cor meum et caro mea exsultaverunt in Deum vivum.
Meu coração e minha carne exultaram no Deus vivo.
(Salmo 83,3)

3. Sed et passer invenit sibi domum, et turtur nidum sibi, ubi ponat pullos suos.
Até o pardal encontra uma casa, e a rola um ninho para si, onde coloque seus filhotes.
(Salmo 83,4)

4. Altaria tua, Domine virtutum, Rex meus et Deus meus.
Os teus altares, Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus.
(Salmo 83,4)

Reflexão:

A rede do Reino acolhe como morada viva os que buscam com liberdade e alegria o centro da existência. A alma que descobre o sagrado em si mesma torna-se tabernáculo em movimento, onde o eterno e o cotidiano se encontram. A alegria do coração que exulta no Deus vivo é fruto da escuta interior e da fidelidade ao tesouro revelado. Cada ser humano carrega em si o dom de transformar a própria história em templo. O Reino não é imposição, mas descoberta. E quem reconhece essa morada interna, já não anda perdido — vive enraizado na luz que não se apaga.

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Salmo Responsorial: 98(99) - 30.07.2025

 

Responsorium – De Psalmo 98 (99)

Inspiratum ex Evangelio secundum Matthaeum 13,44-46

℟. Exaltate Dominum Deum nostrum, et adorate in monte sancto eius.
Exaltai o Senhor nosso Deus, e adorai-o no seu santo monte.
(Salmo 98,9)

1. Dominus regnavit: irascantur populi; qui sedet super cherubim: moveatur terra.
O Senhor reina: tremam os povos; Ele está entronizado sobre os querubins: estremeça a terra.
(Salmo 98,1)

2. Confiteantur nomini tuo magno: quoniam terribile, et sanctum est.
Louvem o teu nome grande: porque é tremendo e santo.
(Salmo 98,3)

3. Et exaltemus Dominum Deum nostrum, et adorate scabellum pedum eius: quoniam sanctum est.
Exaltemos o Senhor nosso Deus, e adoremos o escabelo de seus pés: porque Ele é santo.
(Salmo 98,5)

4. Exaltate Dominum Deum nostrum, et adorate in monte sancto eius: quoniam sanctus Dominus Deus noster.
Exaltai o Senhor nosso Deus, e adorai-o no seu santo monte: porque santo é o Senhor nosso Deus.
(Salmo 98,9)

Reflexão:

O tesouro escondido é a presença do Eterno que habita no âmago da realidade. Ele não se impõe com força, mas se revela aos que, em liberdade, o buscam com coração desperto. Adorar no monte santo é subir interiormente, pela escada do silêncio, até o ponto em que o espírito reconhece sua origem. O louvor torna-se então resposta viva à beleza que transforma. Assim como o homem da parábola vende tudo, também a alma que contempla a grandeza divina reordena tudo em função do essencial. A liberdade interior se manifesta quando se escolhe, por amor, aquilo que é invisivelmente absoluto.

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